sábado, 29 de setembro de 2007

Orgulho

Muitas pessoas dizem ter orgulho em ser portuguesas. Muitas delas dizem também ter orgulho na Selecção Nacional de futebol. Eu pergunto a essas pessoas: orgulho em quê?

Tens orgulho por teres nascido no mesmo pedaço de terreno delimitado por uma fronteira delineada depois de lutas sanguinárias entre povos bárbaros em que outras pessoas, incluindo assassinos, racistas, pedófilos, nasceram, viveram e morreram?

Tens orgulho numa selecção de jogadores que não tem qualquer relação contigo a não ser o teu estúpido fanatismo, com elementos oriundos do dito pedaço, ou nacionalizados, que vai para dentro de um relvado correr atrás duma bola e tentar enfiá-la entre três traves de ferro?

Os jogadores de futebol são os gladiadores do nosso tempo. Praticantes duma actividade, de duração limitada pela sua condição física, que entretêm os plebeus, escravos numa arena onde se travam batalhas que nada contribuem para a evolução da sociedade.

Ter orgulho é ter mérito, e tu não tens mérito em ter nascido em Portugal, nem mérito nos jogos ganhos pela Selecção Nacional, portanto o teu orgulho não é mais que um sentimento sem valor.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Evitando a estupidez

Há certas situações em que, nos deparamos com alguém a fazer algo que, de tão estúpido que é, acaba não só por arruinar a sua imagem mas também por nos constrangir.

Sem mais demoras fica aqui uma compilação do que não deves fazer se não queres passar por parvo, nem causar embaraço aos teus amigos e família:

  1. Pegar num frase ou situação memorável, que outrora teve piada, mas que, de tão famosa e reutilizada que foi, já causa mau-estar , e utilizá-la como se fosse um criação própria. Exemplo: imitar situações vistas no Gato Fedorento.
  2. Contar uma anedota. O conceito por si só já é algo bastante estúpido. Tem sempre um bêbedo ou uma sala de aulas e na generalidade não tem piada. Isto acrescido ao facto de que, dada a sua fácil propagação, um vasto leque destas estórias é conhecido pela generalidade do público, faz com que, se não evitares a ilusão de que vais proporcionar bons momentos de diversão ao contar uma, te tornes um possível alvo de chacota. Exemplo: Batanetes. Este é o programa mais sem graça, desconfortável, e irritante que alguma vez hás-de ver. Os actores lá presentes deviam ter vergonha de participar nesse símbolo de decadência da televisão portuguesa.
  3. Depois de sair duma sala, voltar atrás, abrir a porta e dizer algo, tentando ser engraçado, só para rematar a conversa com um: "eu é que tenho piada".
  4. Acreditar que um dia te vai sair o Euromilhões. Nunca vai acontecer. Se estás dependente de que te saia o Euromilhões para comprar alguma coisa, começa a trabalhar aos fins-de-semana, se é que não queres continuar a viver numa casa alugada ou com um carro por pagar. Ou volta a estudar para arranjares um emprego melhor. O dinheiro não cai do céu, e se não tens mais é porque não o mereceste. Em todos os jogos alguém perde, neste és tu.
  5. Acreditar em Deus, rezar. Fazer parte dum culto perante um ser divino, que não existe, não é propriamente algo de que te devas orgulhar. Quando estiveres de joelhos a rezar pensa assim: "se calhar eu ganhava mais em levantar daqui o rabo e ir estudar ou trabalhar", e depois vai.
  6. Falar mal de uma pessoa, sem ela estar presente. Ao fazê-lo corres dois riscos:
    1. parecer uma regateira daquelas que sempre desprezaste
    2. caso venhas a mudar de opinião vais-te sentir mal e arrependido ao voltar a falar para essa pessoa
  7. Discutir sobre futebol e arbitragens. Ao participares activamente na defesa do "teu Benfica" ou de qualquer outro clube, só contribuis para que mentalmente incapazes como o Cristiano Ronaldo sejam pagos a peso daquele metal que encontras no pote que alegadamente está no fim do arco-íris. Ou seja, estás a contribuir para a realização das festas que ele dá na piscina da sua mansão com as suas acompanhantes pagas. Não esquecer também que, não ganhas nada ao falar do modo de como 22 mangueireiros correm atrás de, e pontapeiam, uma esfera. A menos que sintas regozijo em vê-los andar de Jaguar, Ferrari ou Porsche.
  8. Ter ídolos. Ter um ídolo é o mesmo que pensar: "quem me dera ser aquele". Ou seja, estás-te a considerar inferior a alguém. O que faz da tua existência algo miserável, já que te consideras um reles ser humano que vive na sombra do que gostaria de ser e não do que faz por ser.
  9. Dar desculpas. Lamentar o fracasso é meio caminho andado para estares à vontade para falhar novamente. Assume os teus erros e não os voltes a fazer, em vez de perder tempo a ser covarde.